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Nutricionista

É muito comum que crianças com Autismo e TDHA apresentem seletividade alimentar. Isso pode incluir a recusa por certos tipos de alimentos, um repertório restrito ou até mesmo uma preferência exclusiva por apenas um tipo de alimento.
Por mais que essa característica não seja exclusiva dessas comorbidades, a seletividade alimentar pode atingir as crianças com autismo e com TDHA, com muito mais intensidade do que atinge crianças típicas. Sabemos da importância de uma alimentação rica em nutrientes e vitaminas para o desenvolvimento saudável da criança, por isso, a seletividade alimentar pode ser um problema de longo prazo se for ignorada. Com o tratamento correto evitamos a alimentação por sonda que muitas vezes necessário para que as mesmas recebam os nutrientes e vitaminas para seu crescimento.

O quadro compatível com HD do CID 10 F84.0 – Autismo Infantil – Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade. Todos esses profissionais são essenciais para intervenção em casos de TEA (Transtornos do Espectro do Autismo), e a parceria entre esses profissionais é a base da intervenção. Sem essa parceria, dificilmente as metas seriam
atingidas, afinal, sabemos que um procedimento aplicado somente em um contexto e por algumas pessoas que lidam com a criança, não mudará o comportamento alvo de vez, pode mudar apenas no contexto e frente às pessoas que aplicaram o procedimento, o que não resolve o problema por definitivo.

Quando apresentar quadro compatível com HD do CID 10 90.0 – F90.0 Distúrbios da atividade e da atenção: Síndrome de déficit da atenção com hiperatividade, transtorno de déficit da atenção com hiperatividade, transtorno de hiperatividade e déficit da atenção.
Esse transtorno é caracterizado por falta de atenção/concentração e/ou agitação; esses sintomas podem acarretar grandes prejuízos em todas as esferas da vida, como dificuldade no aprendizado escolar, dificuldade de relacionamentos, projetos não terminados e problemas emocionais ao longo da vida, e o uso da medicação, junto com uma equipe multidisciplinar pode amenizar ou até mesmo evitar que essas consequências ruins aconteçam. O tratamento do TDAH envolve abordagens múltiplas: Intervenções Psicopedagógica (com família, paciente, escola), intervenções psicológica e de reabilitação neuropsicológica; intervenções terapeuta ocupacional; intervenções médicas – psiquiatra, e fonoaudiologia.

Dentre as intervenções psicossociais, o mais importante seria a informação aos pais de como manejar e lidar com os sintomas dos filhos e o conhecimento das melhores estratégias para o auxílio de seus filhos na organização e no planejamento das atividades. Intervenções psicopedagógico escolares, podem auxiliar na concentração e diminuir possíveis distrações.

A equipe multidisciplinar em atendimento no mesmo espaço, apresenta vantagens importantes para atuar de forma coesa e organizada:

  1. Ajudam na frequência do atendimento devido os mesmos dependerem dos pais (que trabalham) para levá-los;
  2. Vínculo dos autistas e o TDHA com o local passa a ser mais rápido, ajudando a mantê-los calmos e menos agitados;
  3. No mesmo local, a equipe por sua vez interage o tempo todo, compartilhando suas experiências de atendimento em suas áreas, permitindo um olhar 360° no tratamento de cada paciente. Muitas vezes, as especialidades de cada profissional se complementam e atuam de maneira simultânea. Por exemplo, em situações do paciente em estado de crise, onde o atendimento da fonoaudióloga precisa do apoio do terapeuta ocupacional, ou da psicóloga, ou da médica, para realizar sua sessão;
  4. A supervisão e do médico responsável perante a equipe é fundamental para a eficácia e melhor extração da sinergia de cada área do tratamento do paciente. A escola e a família precisam estar integradas no plano terapêutico, sendo sempre individual e dinâmico à cada paciente.

O método ABA é uma abordagem usada para a compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no atendimento às pessoas com autismo e TDHA. As técnicas de Modificação comportamental têm se mostrado bastante eficazes no tratamento, principalmente em casos mais graves do espectro do autista. O trabalho com crianças tem por objetivo integrar a criança à comunidade e convívio social. Para isso, a intervenção é planejada e executada cuidadosamente, abrangendo as atividades das crianças em todos os ambientes frequentados por ela: escola, casa, lazer, etc. O acompanhamento do trabalho do psiquiatra é fundamental, pois permite melhor integração de cada especialidade de tratamento, além de estar respaldado pelo conhecimento técnico da formação.
Paralelamente ao trabalho terapêutico, os pais e profissionais responsáveis por lidarem com as crianças, devem receber treinamento em análise do comportamento, tornando-se hábeis na produção e manutenção de comportamentos adequados e nas técnicas para redução de frequência de comportamentos inadequados, além de se tornarem aptos a avaliar o desenvolvimento da criança, passo a passo, ao longo de sua trajetória de vida.